Após duas edições, o festival fará uma retomada do projeto inicial para proporcionar ao público uma experiência completa, imersiva e reflexiva
Por Tainá Hurtado
Em um momento de crises sociais, políticas e climáticas, a população carece de meios de união, fraternização e reflexão. É com o objetivo de proporcionar esse espaço para a população, que o Divino Festival, por meio da música, se apresenta como uma ação cultural para unir conhecimento, arte e experiências transformadoras, e propor uma reflexão sobre a realidade.
A primeira edição, ocorrida em 2018 no Museu Nacional de Brasília, recebeu o nome piloto de Lótus Festival e promoveu rodas de conversas, shows musicais, atividades meditativas e uma feira cultural. Com a boa repercussão do público da cidade como um evento que propôs discussões e reflexões, em 2023, o evento retornou com uma programação focada na exaltação da cultura e dos saberes afro-brasileiros.
Com shows de Saci Wèré, Mateus Aleluia, Alberto Salgados e Maíra Freitas e Jazz das Minas, Feira Coisa de Preto, exposição fotográfica e Celebração e Ritual de Lavagem com o Coletivo das Yás do DF e Entorno, o festival promoveu uma experiência completa e imersiva na cultura e nas religiões de matriz africana. Sediada no Teatro dos Bancários, a segunda edição do evento foi estruturalmente menor em comparação com a edição anterior.
No próximo ano, o festival propõe uma retomada da ideia original do evento, de realização ao ar livre, em um espaço conectado com a natureza e com uma integralização de todas as atividades. “Que a gente possa colocar tudo em um lugar onde as pessoas possam transitar naquele ambiente, ora assistindo a um show, ora na praça da alimentação, ora fazendo uma prática integrativa ou visitando a feira cultural e as outras ações previstas”, relata a curadoria.
Além de uma vasta programação musical com artistas que refletem sobre os desafios da realidade e as formas de impactar positivamente o meio ambiente e a sociedade, o festival também prevê outras atividades integrativas. Temas como saúde mental e bem-estar, ancestralidade, responsabilidade ambiental e social, cultura da paz e do respeito serão levantados por meio de palestras, rodas de conversa, exposições, performances, práticas de respiração e meditação, feira cultural e apresentações que discutirão abordagens diversas.
Segundo a curadoria do projeto, a programação musical do evento busca promover uma troca artística entre nomes importantes da música nacional, regional e local, levando em consideração a relação do artista e da obra com uma linha filosófica. “Queremos que seja uma arte que contribua com a reflexão sobre o mundo de hoje, sobre uma cultura de paz, e como o festival pode contribuir com a sensibilização e percepção do mundo que queremos.”
No próximo ano, toda a comunidade brasiliense terá a oportunidade de experienciar uma imersão completa em uma reflexão e debate sobre o mundo atual, injustiças e preconceitos sociais, e consciência climática. O Divino Festival prevê ser uma amostra do poder transformador, mobilizador e reflexivo que a arte e a cultura possuem, se consolidando como um palco de possibilidades de melhora enquanto indivíduos e sociedade.